sábado, 8 de março de 2014

O perigo que sempre nos assombra

Estamos em crise. A sociedade Ocidental está em crise e nem sequer soube disso ainda. Alcançamos um alto nível de vida para a maioria de todos os cidadãos, quebramos a barreira da tecnologia, inventamos um novo mundo totalmente digital e tecnológico. Mas estamos em crise. 

Nunca fomos tão livres quanto antes. Apesar de o mundo viver em grande parte sobre ditaduras sanguinárias, vemos avanços da liberdade dia a dia. Mas estamos em crise, uma crise existencial. Perdemos nosso parâmetro de análise com décadas de democracia instaladas e governo estáveis, que nos iludiram quanto a o que realmente é a liberdade. 

Uma crise começa quando um sistema de crenças está saturado e começa a ser questionado se realmente aquilo resolve os anseios dos indivíduos que o constituem. Não sabemos mais que estamos sendo vigiados e extorquidos dia a dia porque o Rei não está mais no seu trono por vontade divina, mas sim pelos votos e consentimento do próprio cidadão. 

Perdemos o foco de ser livre, e apesar disso, conseguimos avançar na liberdade, mesmo que esse texto pareça pessimista. Temos tudo o que queremos, e isso nos transforma em pessoas que não anseiam por uma maior vontade de viver, não sobreviver. Precisamos ter novamente um foco de luta, um foco para o que estão tirando de nós. Isso foi conquistado com muito sangue e suor, muitas vidas, homens, mulheres, crianças, que para a história são apenas nomes, registros em obituários, para a humanidade eles significam o maior frescor do que a liberdade pode nos proporcionar. 

É paradoxal, lutamos para ser livres, construímos sociedades livres, aumentamos cada vez mais nossa liberdade ao longo dos séculos, mas no horizonte temos a sensação de um mal estar, escuro e denso. Não é mais visível contra quem estamos lutando e contra quem devemos defender, mas essa guerra nunca deve ser esquecida. Sempre será a liberdade contra a tirania, e nunca devemos deixar de estar alerta.

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