sábado, 15 de outubro de 2011

Os "Indignados" e a imprensa mundial

O 15 de outubro de 2011 foi proclamado como o dia contra "a ganância financeira", "o poder do dinheiro" e outros gritos de guerra contra o sistema econômico vigente no mundo. A imprensa brasileira e mundial estão fazendo uma cobertura desse "evento" muito minuciosa, mostrando a cada momento do dia manifestações que estão ocorrendo em torno do mundo inteiro. Curiosamente, essas manifestações possuem apenas em alguns locais como em São Paulo, míseras 70 pessoas, ou em outros como em New York, a quantidade estrondosa de 2.000 pessoas na frente de Wall Street. Isso é o fim do capitalismo? É a nova revolução iminente, em que o povo se cansou e se rebelará para destruir o sistema econômico? 

Não, e um não por duas razões simples. A primeira delas é uma simples conta matemática: o que 70 pessoas representam em um universo de 190 milhões? Ou mais, 2 mil em quase 300 milhões? Realmente nada. A segunda razão se vê pela característica desses movimentos no estilo Ocupe Wall Street. Por mais que eu abomine o comunismo/socialismo, no início do século XX esse sistema era tratado como uma alternativa real ao capitalismo, e que com sua implementação seria a salvação de todos os problemas da humanidade. Era um ideal no qual as pessoas acreditavam como se fosse por fé. Agora, o que os membros do Ocupe Wall Street têm como solução para os problemas sociais, políticos e econômicos que o mundo está sofrendo? Eles possuem uma causa única, na qual pautam suas ações? Ou é um amontoado de indivíduos indignados por motivos egoístas, nos quais estão perdendo seus "direitos sociais" conseguidos através de um Estado papai como o social-democrata? Quando alguns recuperarem o que acham que perderam, estarão ainda na frente desse movimento? 

Creio que não. Um movimento no qual agrega tantas causas, no fim não possuí algo que reúna essas pessoas para que façam uma mudança social séria, pois a indignação some quando o que você quer é atendido.

Ps: Antes que digam que sou contra a liberdade de expressão dessas pessoas, não, absolutamente não, qualquer um tem o direito de protestar pelo que quiser. Só acho que a imprensa brasileira, que é chamada por muitos de conservadora e favor da "elite", não fez uma cobertura sequer do movimento Tea Party que ocorreu nos EUA, um movimento que fez e faz um barulho na política americana. Isso que é muito estranho.