terça-feira, 25 de junho de 2013

Crédito nos bancos públicos deve subir mais que o dobro dos privados

"Crédito nos bancos públicos deve subir mais que o dobro dos privados

Pela primeira vez desde 1999, os bancos estatais devem terminar o ano respondendo por mais da metade dos empréstimos registrados no País

25 de junho de 2013 | 21h 33

BRASÍLIA - A expansão do crédito em 2013 ficará ainda mais dependente dos bancos estatais, que devem terminar o ano respondendo por mais da metade dos empréstimos no País. O fato não acontecia desde 1999. O Banco Central revisou nesta terça-feira a previsão do aumento do crédito nas instituições públicas este ano de 18% para 22%. É mais que o dobro da expansão de 10% esperada para os bancos privados nacionais, projeção que foi mantida pelo governo.
Nas instituições estrangeiras que atuam no País, o crédito deve crescer 8%, porcentual menor que os 12% previstos anteriormente pelo BC.

Se essas expectativas se confirmarem, o setor financeiro estatal terminará o ano respondendo por 50,6% do crédito no Brasil. Em maio, essa participação já estava em 49,4%. Um ano antes, era de 44,7%. Desde 2008, essas instituições têm aumentado sua participação de mercado, dentro da política do governo para estimular o consumo e o financiamento de empresas com recursos públicos.

O BC revisou a previsão de crescimento do crédito neste ano de 14%, estimativa feita há três meses, para 15%. O número significa pequena desaceleração em relação ao verificado nos 12 meses encerrados em maio, de 16,1%, quando o total emprestado atingiu R$ 2,486 trilhões – equivalente a 54,7% do PIB.

As revisões, diz o BC, refletem o comportamento verificado até maio. O crédito imobiliário, liderado pela Caixa, por exemplo, ao contrário do que se esperava, não desacelerou. Os empréstimos do BNDES também crescem em ritmo maior que no fim de 2012. O crédito rural, com grande participação do Banco do Brasil, também segue forte. A previsão do Banco Central para o crescimento nessas três modalidades, que respondem por mais de 40% dos financiamentos no País, passou de 16% para 20%.

Em relação às demais operações, representadas principalmente pelo crédito ao consumo, que deve ficar mais caro, a projeção de crescimento recuou de 13% para 11%. "O crédito para o consumo é o que mostra maior moderação", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
Dentro do crédito ao consumo, o destaque continua sendo o consignado, mercado dominado hoje pelos estatais BB e Caixa, que fizeram uma política agressiva de redução de juros no ano passado e dependem do aval do governo para voltar a subir suas taxas neste ano.
Para as empresas, o crescimento também tem sido sustentado pelo dinheiro do governo, que liberou mais recursos, principalmente por meio do BNDES, para tentar salvar o crescimento do País, cujas projeções já estão abaixo de 2,5%.

Para o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, os bancos públicos estão "dando goleada" nas instituições privadas, que encontram dificuldades em acelerar o crédito por conta da inadimplência. "A partir de junho, julho, a inadimplência deve voltar a cair, mas bem devagar, o que não será suficiente para os bancos privados retomarem de vez o crescimento do crédito." /COLABOROU GABRIELA FORLIN 


Fonte: Estadão

Notem as partes grifadas. A bolha econômica que o governo criou já está entrando em processo avançado, e ninguém na imprensa especializada está se dando conta desse fenômeno, que quando explodir irá arrebentar com a economia brasileira.

domingo, 23 de junho de 2013

Mercadante, Neoliberalismo e o Bolsa Família


Com a palavra, senhor Antonio Mercadante:

"Para o programa de renda mínima, há dois caminhos possíveis. Um é o caminho neoliberal, que entusiasma o Delfim, o Roberto Campos, o Friedman e tantos outros.... vamos fazer uma medida compensatória, que é dar uma quantidade de dinheiro e o sujeito que se vire. Não tem emprego, não tem política social, não tem sistema de Saúde, não tem sistema de Educação. (..) Eu sou contra esse caminho e acredito que nós temos que recuperar a visão do Estado cumprindo políticas sociais estratégicas, junto com a possibilidade de um programa de renda mínima."

MERCADANTE, A, em "Globalização Selvagem e o custo Brasil". in Silva, Luís Inácio Lula da (coord.) Custo Brasil: mitos e realidade. São Paulo: Vozes, 1996.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O Estado e a ineficiência de sua segurança.

"Onze delegacias tiveram neste ano média inferior a uma prisão por mês por mandato judicial. Até abril, 55,3 mil crimes violentos foram registrados nos 93 distritos policiais da cidade de São Paulo. Apenas 1,7 mil prisões foram efetuadas por essas delegacias após investigações - uma média de 3 prisões a cada 100 crimes violentos.
Os dados são inéditos e da própria Secretaria de Segurança Pública (SSP), levando em conta o número total de prisões efetuadas pelas delegacias com mandado judicial, um meio de medir a produtividade da investigação da Polícia Civil. Prisões em flagrante, feitas predominantemente pela Polícia Militar, não entraram na conta. Quatro tipos de crime foram considerados violentos para efeito de cálculo: homicídio, estupro, roubo e roubo de veículos.
No total, 55 distritos policiais têm taxa de prisão menor que a média da cidade. Delegacias de bairros nobres, como Morumbi (34º DP) e Jardins (78º DP), estão na lista das que menos prendem. Distrito com o maior número de crimes violentos neste ano, o Capão Redondo (47º DP) efetuou apenas 29 prisões desde janeiro, enquanto 1.512 casos graves foram registrados.
Do outro lado da tabela estão os 38 distritos que prendem acima da média e, mesmo assim, deixam a maioria dos criminosos impunes. O líder é o do Bom Retiro (2º DP), com média de 13 prisões para cada 100 delitos violentos registrados.
"Nossas instituições policiais têm problemas sérios para resolver crimes de autoria desconhecida. Principalmente homicídios, a maioria vira ?cold case?", disse o sociólogo Luiz Antonio Francisco de Souza, especialista em Segurança Pública." 

Fonte: Estadão.
Depois as pessoas falam que sem o Estado não haveria segurança, como que seria uma segurança privada e outras mil e uma perguntas. O que não percebem é que já não existe segurança hoje, atualmente, com o Estado. E isso contando que "teoricamente" a função estatal é de prover segurança e justiça. Parece que isso não está ocorrendo.