terça-feira, 30 de novembro de 2010

Barrado pela ficha limpa, Jader Barbalho pede renúncia à Câmara

Deputado teve registro de candidato ao Senado indeferido. 

Jader usa decisão do STF para justificar nova renúncia.  

Fonte: G1  

Que dó eu estou em relação ao Jader Barbalho, um cara tão íntegro da política nacional, uma pena. Mas falando sério, a votação no STF do Ficha Limpa terminar empatado em 5 a 5 só acontece aqui no Brasil. Qual o motivo do senhor presidente da república não ter nomeado o ministro para assumir a vaga deixada antes dessa votação?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Um pouco de lucidez na imprensa brasileira

De Kentucky a Meca – O que o Tea Party e o Islã têm em comum?

O que o islamismo e o Tea Party tem em comum? Os dois são vítimas de generalizações negativas, produzindo a islamofobia e teapartyfobia. Conforme escrevi aqui várias vezes, há enormes diferenças dentro dos seguidores do islã. A começar na divisão entre sunitas e xiitas, sem falar nas outras menores. Como comparar uma libanesa de biquíni com uma afegã de burqa? Ou um muçulmano de San Francisco com outro do Sudão? Um imigrante turco na Alemanha com um paquistanês na Inglaterra?
Em comum, todos têm uma crença em uma mesma religião. Dos 1 bilhão de muçulmanos no mundo, apenas uma minoria adere a uma vertente violenta e distorcida da religião. Para se ter uma idéia, no Afeganistão, calcula-se que vivam apenas 300 membros da Al Qaeda. No Yemen, o número é menor ainda.
Porém muitos insistem em se focar no braço mais radical, mostrando meia-dúzia de gatos pingados em um campo de refugiados palestinos em Beirute (na USP tinha mais) supostamente celebrando o 11 de Setembro, quando todos os chefes de Estado e de entidades islâmicas relevantes, incluindo Saddam Hussein e o Khatami, condenaram os atentados. A única exceção foi o Taleban no Paquistão.
O mesmo fenômeno ocorre com o Tea Party. Sempre buscam mostrar o que há de pior, descrevendo-os como racistas e parados no tempo, sendo contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o aborto (aliás, como os dois principais candidatos brasileiros). Nas TVs, não paravam de falar na candidata de Dellaware, que anos atrás deu a entender que era contra a masturbação. Mas quatro em cada dez americanos não apóiam o Tea Party por causa disso.
Na verdade, esta ala republicana defende menos impostos, menos intervenção do governo na economia e menos gastos. Em geral, consideram os Estados Unidos um país excepcional, no sentido de ter sido “escolhido por Deus”, como diriam os brasileiros. Conforme afirmou Rand Paul, eleito senador pelo Kentucky, mesmo elevar os impostos sobre os americanos que recebem mais de US$ 250 mil por ano é errado. “Ocorre um efeito cascata e todos são afetados, já que os mais pobres trabalham e vendem para os ricos. Se estes tiverem menos dinheiro, todos serão afetados”, disse à CNN.
Mas, ao mesmo tempo que os integrantes do Tea Party compartem destes ideais, eles divergem em uma série de outros pontos. Para começar, existem dentro do grupo os libertários e os ultra-conservadores. Os primeiros acabam, no limite, se aproximando da esquerda em questões internacionais.
O símbolo dos libertários, Ron Paul, pai de um dos expoentes nesta eleição, condena os enormes gastos com defesa no exterior. Ele questiona o quanto vale para os EUA manter tropas no Iraque, no Afeganistão, na Alemanha e no Japão, além de dar ajuda financeira, com dinheiro dos contribuintes, para Israel, Egito e Jordânia. Se é um erro, na visão libertária, aumentar o Estado nos próprios EUA, imaginem em uma nação distante como o Afeganistão?
Os ultra-conservadores se aproximam da mais política externa de George W. Bush, de ataques preventivos. Não descartariam, por exemplo, uma ação militar contra o Irã. Não consideram um erro o governo americano ter gasto US$ 300 bilhões no conflito no Afeganistão.
Portanto aconselho se aprofundar no que diz o Tea Party antes de criticar. E o mesmo vale para islamismo. A Teapartyfobia, como toda generalização, é burra.


Isso é uma das coisas que a imprensa brasileira, costumeira em desvirtuar assuntos internacionais, não faz, ao reconhecer o Tea Party como um movimento primeiramente a favor de menos Estado na vida das pessoas, ao invés de ser um bando de caipiras "ultraconservadores"...

Lula e o papel da oposição

“O que eu queria pedir à oposição é que, a partir do dia 1º de janeiro, contra mim não tem problema, podem continuar raivosos, podem continuar do jeito que sempre foram, mas, a partir do dia 1º de janeiro, que eles olhassem um pouco mais o Brasil; que eles torcessem para que o Brasil desse certo; que eles ajudassem o Brasil a dar certo; que, cada vez que tome uma atitude, ao invés de prejudicar o presidente, eles prejudiquem a parte mais pobre da população que precisa do governo e que precisa das políticas públicas do governo. Então eu espero, eu não vou falar aqui em unidade nacional, porque essa é uma palavra já queimada, já mal usada, mas eu queria apenas pedir a compreensão, é que, dentro do Congresso Nacional, a nossa oposição não faça contra a Dilma a política que fez comigo, a política do estômago, a política, eu diria, da vingança, a política do ‘trabalhar para não dar certo’. Eu acho que a oposição tem um outro papel, e ela pode fazer isso, até porque a oposição governa estados importantes da federação, e sabe que a relação institucional entre estados e o governo federal tem que ser a mais harmoniosa possível porque senão todos perdemLuiz Inácio da Silva, 4 de novembro de 2010, em seu primeiro discurso após eleição de Dilma.

É, a democracia pra Lula é uma coisa interessante mesmo. Quando seu partido está na oposição pode bater, bravatear, achincalhar, mas quando este passa para a situação o comportamento da oposição deve ser totalmente outro, aplaudir e abaixar a cabeça pelos feitos do governo. A oposição para Lula quando se está no governo deveria ser... um dos tipos da situação! Fora o total descabimento para um chefe de estado em proclamar palavras como "vingança" intituladas para o lado oposicionista, transformando a disputa política em uma disputa totalmente maniqueísta; além também da ameaça final em sua frase aos governadores eleitos dos estados, sem saber que essa ameaça se levada a sério seria um tiro no pé, já que a oposição governa os estados mais ricos da federação, e que uma guerra institucional só ocasionaria um desregulamento no orçamento da União, que depende essencialmente dos recursos dos estados mais ricos para fazer sua compra de votos nas regiões menos favorecidas, ou melhor, suas "políticas públicas".