"Favorito à reeleição, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho,
tem 19 siglas na sua chapa, incluindo o DEM, e negocia para tirar da
disputa o pré-candidato do PMDB, Tunico Vieira.
Já em Guarulhos, o prefeito Sebastião Almeida tenta fechar com 18
legendas. "Apenas PSDB, PPS e DEM não estão conversando para fazer parte
da aliança", conta a vereadora Marisa de Sá.
A situação é a mesma para o pré-candidato de Osasco, deputado João Paulo
Cunha, que reuniu 21 siglas na sua chapa. O acordo foi costurado apesar
da possibilidade de ele não participar da eleição, pois é réu do
mensalão.
Até o fim do mês, quando termina o prazo das convenções, o PT pode fazer
alianças que vão de 10 a 18 siglas em cidades como Embu das Artes,
Santo André, Diadema, Carapicuíba e Suzano."
Isso é uma democracia verdadeira? Enquanto Lula sempre esbraveja na frente da imprensa contra tucanos e democratas, por "baixo do pano", ou melhor, nas eleições municipais, seu partido se entope de coligações nas quais juntam-se aos montes seus "inimigos" como PSDB e DEM. Em qual parte está a seriedade e o compromisso com os ideais apregados por ambos os partidos? Se são adversários em território nacional e estadual, qual a razão de efetuarem alianças em nível municipal?
O fisiologismo do sistema partidário brasileiro é cada vez mais comum, e tende a sê-lo. O teatro político encenado pelas maiores forças partidárias do país, no qual aparentemente há diferenças no modo de se agir, se mostra inexistente quando partimos para a análise da sociedade. Em tempo, nenhum dos partidos tem propostas que realmente interessam aos eleitores; eles apenas querem chegar ao poder e ao Leviatã para chupar os recursos da população da forma mais escabrosa possível. Quando a população tiver consciência desse fato, essas instituições estarão fadadas ao fracasso.
"As massas nunca se revoltarão espontaneamente, e nunca se revoltarão
apenas por serem oprimidas. Com efeito, se não se lhes permitir ter
pradões de comparação nem ao menos se darão conta de que são oprimidas."
- 1984, George Orwell