quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Lula e o papel da oposição

“O que eu queria pedir à oposição é que, a partir do dia 1º de janeiro, contra mim não tem problema, podem continuar raivosos, podem continuar do jeito que sempre foram, mas, a partir do dia 1º de janeiro, que eles olhassem um pouco mais o Brasil; que eles torcessem para que o Brasil desse certo; que eles ajudassem o Brasil a dar certo; que, cada vez que tome uma atitude, ao invés de prejudicar o presidente, eles prejudiquem a parte mais pobre da população que precisa do governo e que precisa das políticas públicas do governo. Então eu espero, eu não vou falar aqui em unidade nacional, porque essa é uma palavra já queimada, já mal usada, mas eu queria apenas pedir a compreensão, é que, dentro do Congresso Nacional, a nossa oposição não faça contra a Dilma a política que fez comigo, a política do estômago, a política, eu diria, da vingança, a política do ‘trabalhar para não dar certo’. Eu acho que a oposição tem um outro papel, e ela pode fazer isso, até porque a oposição governa estados importantes da federação, e sabe que a relação institucional entre estados e o governo federal tem que ser a mais harmoniosa possível porque senão todos perdemLuiz Inácio da Silva, 4 de novembro de 2010, em seu primeiro discurso após eleição de Dilma.

É, a democracia pra Lula é uma coisa interessante mesmo. Quando seu partido está na oposição pode bater, bravatear, achincalhar, mas quando este passa para a situação o comportamento da oposição deve ser totalmente outro, aplaudir e abaixar a cabeça pelos feitos do governo. A oposição para Lula quando se está no governo deveria ser... um dos tipos da situação! Fora o total descabimento para um chefe de estado em proclamar palavras como "vingança" intituladas para o lado oposicionista, transformando a disputa política em uma disputa totalmente maniqueísta; além também da ameaça final em sua frase aos governadores eleitos dos estados, sem saber que essa ameaça se levada a sério seria um tiro no pé, já que a oposição governa os estados mais ricos da federação, e que uma guerra institucional só ocasionaria um desregulamento no orçamento da União, que depende essencialmente dos recursos dos estados mais ricos para fazer sua compra de votos nas regiões menos favorecidas, ou melhor, suas "políticas públicas".

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